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SALVE OS PRETOS VELHOS!

  • fredericoretzke
  • 12 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha"para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.

O "Preto-Velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia, representa uma"linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

Historia de pai Antonio

Pai Antônio é um bondoso e amável Preto Velho, que trabalha nos Terreiros de Umbanda, distribuindo a caridade, a luz, o amor e a paz com seu tercinho abençoado por Oxalá e todos os Orixás. Ele de um modo tranquilo e sereno, sempre pitando seu cachimbo, bebendo seu café com mel em seu cuité e protegendo as pessoas que nele tem fé. Sua última passagem como encarnado nessa terra se passou pelos meados do século XVIII e o século XIX, primeiramente em uma fazenda cafeeira na região Sudeste do Brasil, onde era escravizado e obrigado a trabalhar nas roças tanto de café quanto de cana de açúcar, sobre o Sol forte, a chuva intensa, os maus tratos de feitores sobre o comando do coronel que acreditava que os negros não passavam de animais, e mereciam sofrer sobre as chibatas covardes, e os maus tratos no tronco de torturas. Mesmo assim Pai Antônio não perdia a fé, acreditava em uma força maior, acreditava que Zambi (Deus) estava ali para lhe proteger de suas possíveis desesperanças, seu instante de pouca fé, suas angústias. E assim clamava, rezava e orava a esse tão amável protetor de todos os filhos, passando essa mesma fé e esperança a seus filhos e irmãos de raça, para que assim esses também pudessem crer de verdade, com amor e convicção, sem se deixarem ser tomados pela tristeza que teimava em nascer dia após dia. Ele pregava a todos para não desanimarem, pois o desânimo os entregariam para os braços da morte, e se entregando assim para a tão temida morte sem lutar, estariam sendo infiéis a Zambi. E com essas palavras Pai Antônio conduzia a todos os negros que muitas vezes se sentiam sem esperanças a caminhar para um novo dia e uma nova luta. Pela manhã ou pela noite, dentro da senzala fétida, o amado Pai Antônio tinha seu encontro com Zambi, e ali ele se entregava com todo seu carinho e fé. Pedia forças não só para ele, mas para todos seus irmãos de raça e seus filhos escravizados, que naquela época já tinha algumas dezenas, sendo ele de boa saúde, forte e de extremo bom senso, foi logo escolhido para ser procriador da fazenda. Ele amava cada um dos seus filhos e filhas, tinha no coração a alegria de vê-los crescer saudáveis e robustos. Mas da mesma maneira as lágrimas nasciam em seus olhos assim como no seu coração quando por algum motivo tinha que se separar de sua prole. E isso era constante, seus filhos iam de senzala a senzala, e logo eram também comercializados para outros coronéis em outras fazendas da região e fora dela. E isso fazia Pai Antônio chorar, saber que um dos seus filhos estaria distante, sendo açoitado, torturado, sofrendo nas roças escaldantes. Pai Antônio foi o primeiro negro da Fazenda a ter filhos gêmeos, esse fato aconteceu com o entrelace de Pai Antônio com a negra Joaquina, que era apenas uma menina na época, mas como era saudável e bem jovem, o coronel a escolheu para ser reprodutora juntamente com Pai Antônio. Com ela Pai Antônio teve, além dos gêmeos, mais seis filhos, sendo a última que fora chamada de Antônia em homenagem ao pai.


 
 
 

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