O primeiro Preto Velho
- fredericoretzke
- 12 de mai. de 2017
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Uma antiga lenda contada por velhos juremeiros do Nordeste diz que o primeiro mestre negro
que chegou no Brasil se chamava Joaquim. Este era seu nome de batismo cristão. Seu nome africano,
provavelmente em língua kimbundu, se perdeu.
Mestre Joaquim era sábio de nascença. Na Mãe África, em terras de Angola, desde cedo ele
observava os kimbandas ou curandeiros locais. Joaquim aprendia tudo o que via. Levado por um tio
materno, um grande kimbanda, ele recebeu cedinho a sua iniciação no culto.
Joaquim foi ensinado a observar a Natureza e a descobrir o mistério atrás de cada folha, raiz e
árvore. Mãe Ntoto, o grande Nkizi (espírito natural e transcendente) da Terra, acolheu o jovenzinho
e transmitiu sua bênção regeneradora a ele.
Crescido, o rapaz não teve tempo de formar família. Guerras tribais o levaram longe da aldeia,
onde foi aprisionado e embarcado para a distante nação brasileira. Desembarcando em porto nordestino,
foi vendido. Trabalhou na lavoura dia após dia. Quieto, mas não passivo, observou o
sofrimento de seu povo. Nas poucas horas de tranquilidade atendia aos doentes. Com o auxílio dos
espíritos de Mãe Ntoto, descobriu as funções das ervas que aqui cresciam. Preparava breves, poções
e mezinhas.
Quando tinha chance, amoitava-se e penetrava no mato, onde falava com os espíritos locais,
invocava os ancestrais e rezava aos Minkizi (o conjunto dos Nkizi).
Sarava os preto velhos
13 de Maio
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