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A lenda Iansã no Candomblé

  • Frederico Retzke
  • 26 de dez. de 2016
  • 2 min de leitura

A história de Iansã Oiá, literalmente, "aquela que rasga", e que eu reconto aqui é para elas:

Iansã Oiá tinha um pai adotivo e vivia com ele na mata. Ele era o maior de todos os caçadores.Um dia, morreu e deixou Oiá muito triste.

Ela decidiu que queria fazer uma homenagem para o pai.Embrulhou seus pertences de caça num pano, preparou suas iguarias favoritas.E dançou e cantou por sete dias, espalhando seu vento por toda parte e fazendo vir todos os caçadores da terra.

Na sétima noite, embrenhou-se na mata e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai. Olorum, que sempre vê tudo, ficou comovido.

Fez da jovem Iansã guia dos mortos no caminho sagrado, Orum Aiê e mãe dos espaços dos espíritos.

Fez de seu pai, Odulecê, um orixá.E do gesto de Oiá, o ritual ao qual todos os mortos têm direito: comidas, cantos, danças e um espaço sagrado...

Iansã teve muitos homens e de cada um ganhou uma coisa importante:

De Ogum, o ferreiro divino, ganhou nove filhos e o direito de usar a espada para defender-se e defender os outros;

De Oxaguiã, o jovem construtor, ganhou um escudo para proteger-se dos inimigos;

De Exu, o mensageiro, ganhou o direito de usar a magia e o poder do fogo para realizar desejos;

De Oxóssi, o caçador, ganhou o saber da caça para alimentar seus filhos;

De Logun Edé, o senhor das matas, ganhou o direito de tirar das cachoeiras os frutos d' água para seus filhos;

Com Xangô, o juiz, viveu o resto da vida e ganhou dele o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.

As filhas de Iansã devem ser assim, apaixonadas, amantes dos temporais, amazonas de ventanias..


 
 
 

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